Dias que não deveriam existir
Acordou sem rumo, perdeu o prumo. Na mão esquerda o resumo da tese sobre “Como se faz uma tese”, de Umberto Eco. Achou dentro de um livro emprestado um cartão de dentista. Não um cartão de visitas, mas um desses onde se marcam datas e horas de consultas. Visconde de Pirajá. Tentou ver se o endereço era perto de onde morava. Desistiu. Marcou a lápis consultas para todos os dias da semana. No ônibus, gritou com o motorista porque não parou no ponto. Ao lado, dentro do ônibus, estava sua analista. Alguns dias, não deveriam existir.
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