Parada dos Burros
Capítulo 2
Dizia a lenda que no século XVIII, quando Parada dos Burros era um mero entreposto da Estrada Real, um dos inconfidentes se refugiara em Diamantina. Afeito aos livros, assim que se estabeleceu na cidade, encomendou a uma tropa que trouxesse do Rio, vinda de Portugal, uma grande biblioteca.
Chovia muito quando o tropel se aproximou de Parada dos Burros, uma pequena fonte onde era possível dar de beber aos animais. Depois da fonte, havia um grande declive, que se tornava intransponível em dias de chuva. O calçamento, feito de pedras de calcário, se misturava com a lama e com a água, impossibilitando a passagem das tropas.
Como não parasse de chover, os tropeiros foram obrigados a acampar numa clareira próxima. Ao cabo de dois dias, chegou um mensageiro de Diamantina com a notícia de que o homem que encomendara os livros fora chamado a depor na corte, e que suspendera até segunda ordem a encomenda. Mais dois dias de chuva tinham caído sobre a tropa e os livros quando outro o mensageiro veio com a segunda e última ordem: os tropeiros deveriam esconder a encomenda na mata próxima, e regressar ao Rio de Janeiro.
Não se tem nenhum pormenor. Sabe-se que anos mais tarde, quando a Estrada Real já estava desviada de Parada dos Burros, os livros foram achados. Como ninguém sabia ler no pequeno vilarejo que havia sido erguido no local, eles foram empilhados num estábulo à espera de que algum dia alguém pudesse lhes dar melhor destino. Gerações passaram por Parada dos Burros sem que os livros fossem sequer movidos de lugar.
Dizia a lenda que no século XVIII, quando Parada dos Burros era um mero entreposto da Estrada Real, um dos inconfidentes se refugiara em Diamantina. Afeito aos livros, assim que se estabeleceu na cidade, encomendou a uma tropa que trouxesse do Rio, vinda de Portugal, uma grande biblioteca.
Chovia muito quando o tropel se aproximou de Parada dos Burros, uma pequena fonte onde era possível dar de beber aos animais. Depois da fonte, havia um grande declive, que se tornava intransponível em dias de chuva. O calçamento, feito de pedras de calcário, se misturava com a lama e com a água, impossibilitando a passagem das tropas.
Como não parasse de chover, os tropeiros foram obrigados a acampar numa clareira próxima. Ao cabo de dois dias, chegou um mensageiro de Diamantina com a notícia de que o homem que encomendara os livros fora chamado a depor na corte, e que suspendera até segunda ordem a encomenda. Mais dois dias de chuva tinham caído sobre a tropa e os livros quando outro o mensageiro veio com a segunda e última ordem: os tropeiros deveriam esconder a encomenda na mata próxima, e regressar ao Rio de Janeiro.
Não se tem nenhum pormenor. Sabe-se que anos mais tarde, quando a Estrada Real já estava desviada de Parada dos Burros, os livros foram achados. Como ninguém sabia ler no pequeno vilarejo que havia sido erguido no local, eles foram empilhados num estábulo à espera de que algum dia alguém pudesse lhes dar melhor destino. Gerações passaram por Parada dos Burros sem que os livros fossem sequer movidos de lugar.