Estava tudo fechado no Cascatinha aquela hora. Faltou carne no churrasco improvisado, mas estava tudo fechado. Rafael foi à geladeria buscar cerveja e tentar uma solução. Quem sabe uma azeitona. Valia até queijo ralado puro. Colocou um punhado na mão e jogou na boca, ganhando um ralo cavanhaque branco. Do lado da garrafa de água, um pote de plástico emborcado sobre um prato. Dentro, um frango. Estranho, mas frango. Desfiaram. Sobrou um cabo arqueado, duro, de não mais do que quarenta centímetros. O frango foi para brasa, o cabo para o lixo.
-Deve ser um suporte de plástico, a armação do frango.
Dia seguinte, tudo limpo. Tio Alberto iria chegar de viagem.
Tio Alberto não sabe, mas depois que começou a viajar com mais frequência, com mais frequência se faziam festas, reuniões, ou pequenos churrascos.As vezes com cerveja e carne, as vezes com cachaça e lingüiça. As vezes com cachaça e cerveja e mais nada, as vezes com cachaça, cerveja, pouca carne, e um frango meio duro, que foi colocado na brasa.
Carro na garagem, Tio Alberto estava com sede.
- Puta que pariu, quem comeu o tatu que eu deixei guardado na geladeira!
Sorte que o que lixo já tinha sido posto na rua, ou iria ter surra de rabo de tatu aquele dia.