Saturday, November 25, 2006

Nomes

Hoje vi algumas aparições na madrugada, no centro da cidade.
Elas estavam tangíveis.
Resolvi que viveria de poesia, da mais concreta poesia possível.
Viver de poesia não é, como se pode pensar, não achar a dor.
A poesia está repleta de dor, e a dor não adorno da poesia também está repleta de poesia.

Sinto agora ter perdido a pessoa que mais amava no mundo.
Falei disso com a Carol.
Ela disse achar bacana eu ter tantas certezas na vida.
Achei então dentro da dor de perder quem mais amava no mundo, a alegria de saber que amava o mundo dentro de uma só pessoa.

Condensar é poesia, mesmo que esbarre em prosa como a minha.
Não tem problema, é poesia.
Não prosa poética, mas poesia prosaica,
a única sempre possível.

Que seja pessoal, mas cabralina.
Moralista, e cristalina, como o não ficou Rocinante, no trecho que mais amo de Quixote.

Para as Laras, Leal e do Carmo.
Para os Rafaeis, de Souza e Cagibrino.
Para os Rabelais.

Para os Fábios, Watson e Muniz,
Para as Fernandas, Monteiro e Prinz,
Para as Julias, Lemos e Gutnik,
Para as Luisas e Julias, Julia Lemos e Luisa,

Para Rodolfo Gomes Silva,
Para meu Pai na Silva Jardim,
Para o jardim da casa do Silva,
Para mim.

7 Comments:

Anonymous Anonymous said...

ok, caiu uma lágrima...tá bom, mais de uma...

rs

5:58 AM  
Anonymous Anonymous said...

é isso! rs

10:55 AM  
Anonymous Anonymous said...

Do meio para o fim... verdadeiro, comovente, principalmente devido aos últimos versos de dedicatórias que não se sabe se são parte ou não do texto. De vez em quando, quanto mais biográfico, melhor!

4:18 AM  
Anonymous Anonymous said...

Li, reli, reli e reli
tentando entender
aonde é que estava
a poesia:
nos nomes?
no rítimo?
nas homenagens?
mas não descobri
porque doeu tanto

3:26 PM  
Anonymous Anonymous said...

E eu que li, reli e reli o comentário acima e não entendi

doeu tanto pq?

voce viu poesia em todos ou não viu nenhuma?

ta confuuuuso...

9:14 AM  
Anonymous Anonymous said...

Ela mais uma vez...

" viver é super difícil
o mais fundo
está sempre na superfície"

Paulo Leminski

7:12 AM  
Anonymous Anonymous said...

Nao entrava no blog dos meus amigos ha um tempo... Que lindo, Spanta... Do fundo mesmo... Belo. Fico orgulhosa de ler poesias como essas, saindo dos poros de amigos tao queridos.

8:03 AM  

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